16 de nov. de 2010

Inglaterra é só parte do Reino Unido

Qual a diferença entre Grã-Bretanha, Reino Unido e Inglaterra?

Qual a diferença entre Grã-Bretanha, Reino Unido e Inglaterra?

!Essa confusão é muito comum. Os três nomes se referem mais ou menos à mesma região do globo. Mas Grã-Bretanha é uma divisão geográfica, o nome da ilha onde fica a Inglaterra, a Escócia e o País de Gales a maior ilha do arquipélago britânico (veja mapas ao lado).
Já Reino Unido é uma divisão política. O nome oficial é Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte. Ele engloba todos os países da nevoenta Ilha da Grã-Bretanha e mais a Irlanda do Norte. O restante da Irlanda constitui um país independente.
O governo que rege a Inglaterra, a Escócia, o País de Gales e a Irlanda do Norte é uma democracia parlamentar monárquica. A Inglaterra, o mais conhecido de todos, é o maior país do Reino Unido.
Mas atenção: tome cuidado para não ferir susceptibilidades. Nada irrita mais um escocês do que ser chamado de inglês. Eles fazem questão absoluta de manter as diferenças.


Veja a diferença entre os termos usados para definir regiões próximas.
Grã-Bretanha é o nome da maior das ilhas do arquipélago britânico, formada por três países.

O Reino Unido é a soma dos países da Grã-Bretanha com a Irlanda do Norte.

A Inglaterra é o maior país do Reino Unido e ocupa mais da metade da ilha.

A Questão da Irlanda

O recente acordo celebrado na Irlanda do Norte pretende por fim à séculos de dominação inglesa e à décadas de terrorismo de guerrilheiros separatistas e de paramilitares protestantes.

Nas últimas décadas, as ações terroristas do IRA ( Exército Republicano Irlandês), organização "católica", e da Força de Voluntários do Ulster, força paramilitar "protestante" foram responsáveis por dezenas de mortes e representaram o problema externo mais grave enfrentado pelos governantes da Inglaterra.

A história da Irlanda é totalmente desconhecida no ensino brasileiro, e o conhecimento da história da Inglaterra é superficial, em seus "grandes momentos", como a formação da Monarquia, o absolutismo ou a Revolução Industrial e nunca faz referência ao domínio sobre a Irlanda. Então surge a pergunta: Por que a guerra entre católicos e protestantes? Se na maioria dos países ocidentais existem várias religiões convivendo pacificamente, por que isso não ocorre na Irlanda do Norte?

ORIGENS DO CONFLITO

Para compreendermos o problema, temos que buscar suas raízes no século XII, quando começou a conquista inglesa do território irlandês e a partir de então podemos perceber que o problema não é religioso, pois nesse período não havia "protestantes". O que estava em jogo era o aumento do poder real, no contexto da crise feudal e do início do processo de formação da Monarquia Nacional. Para Henrique II, a conquista de territórios significava o aumento de seu poder, uma vez que, a nobreza irlandesa tornava-se vassala do rei e consequentemente passava a lhe dever benefícios, tanto em gêneros, como em tributos ou inclusive em homens para a formação de exércitos. Desde 1175 o rei impôs seu poder através da Tratado de Windsor, a partir do qual passaram a valer as leis inglesas para a Irlanda.



Catelo medieval na Irlanda



O domínio da Inglaterra retraiu-se durante os séculos XIV e XV, período de crise decorrente da Guerra dos Cem Anos (1337 - 1453) contra a França; e da Guerra das Duas Rosas (1455 - 85), que envolveu praticamente toda a Inglaterra, numa disputa entre as grandes famílias de nobres pelo poder. Após a Guerra das Duas Rosas iniciou-se a Dinastia Tudor, que centralizou o poder e, com Henrique VIII consolidou o absolutismo no país. O governo absolutista na Inglaterra teve como um de seus mais importantes alicerces a Igreja Anglicana, criada pelo próprio rei no contexto da Reforma Protestante, reconhecida pelo Parlamento como Igreja Oficial do Estado através do Ato de Supremacia (1534) Durante a Idade Moderna as igrejas européias, não só a Anglicana, foram utilizadas como instrumentos de poder, e não só na Inglaterra. A característica marcante do ponto de vista religioso foi a intolerância, praticada por reis e clérigos: Assim como os protestantes eram perseguidos nos países católicos, esses eram perseguidos nos países protestantes, como na Inglaterra a partir de Henrique VIII; foi assim que o conflito com a Irlanda passou a ter feições religiosas.



Henrique VIII



A imposição do poder absoluto inglês foi acompanhado da imposição da nova religião. Dessa maneira, a manutenção do catolicismo por parte dos irlandeses tornou-se uma forma de contestar o domínio inglês, além de preservar sua própria cultura.
A contestação ao domínio inglês representava a luta contra o poder político e religiosos já que os dois estavam concentrados nas mãos do rei, principalmente durante o reinado de Elizabeth I, que impôs os Estatutos de Supremacia e Uniformidade, reafirmando a supremacia da Igreja e das leis inglesas sobre a Irlanda

O SÉCULO XVII

Durante o reinado de Jaime I (1603-25), consolidou-se o controle das terras pelos ingleses, em especial na região do Ulster, onde foi instituído um sistema de colonização baseado na pequena propriedade, discriminando-se os irlandeses.
A situação de exploração e miséria, e de imposições político-religiosas determinou o início de uma grande rebelião em 1641, violentamente reprimida pelas tropas de Oliver Cromwell, líder da Revolução Puritana, fanático calvinista que havia deposto o rei e proclamado a República na Inglaterra, que derrotou completamente a rebelião em 1652, quando então, a maior parte das terras passaram para a mão dos ingleses.
Até o final do século os irlandeses rebelaram-se outras vezes e foram reprimidos, consolidando-se o poder inglês. Após a derrota de Jaime II em 1690os irlandeses viveram um período de miséria e de perseguições, respinsável pelo desenvolvimento de um maior sentimento nacionalista e católico, uma vez que a repressão inglesa passou a estar associada à religião "protestante".



Oliver Cromwell



A INDEPENDÊNCIA

A repressão inglesa e o sentimento nacionalista foram responsáveis pela eclosão de uma Revolução em 1798, dirigida por uma sociedade secreta denominada Irlandeses Unidos.
Em 1829, um movimento nacionalista e popular conquistou alguns direitos políticos e civis para os católicos, que poderiam ocupar a maior parte dos cargos públicos, apesar da manutenção do voto censitário.
Entre 1847-48 o país foi assolado pela fome ( devido à praga na cultura de batata) e por uma epidemia de tifo, responsáveis pela morte de aproximadamente 800.000 pessoas, cerca de 10% da populaçãp total do País. Nas décadas seguintes a crise foi responsável pela grande imigração, principalmente para o norte dos EUA.

Em 1905 foi fundado o Sinn Féin (nós sozinhos) importante movimento nacionalista que se propunha a lutar pela soberania da Irlanda de forma legal e que, com grande apoio popular, elegeu em 1918 a maioria dos deputados irlandeses ao Parlamento Britânico. Fortalecido, o Sinn Féin proclamou unilateralmente a independência da Irlanda, provocando a reação inglesa e de grupos protestantes da região do Ulster (norte). Depois de dois anos de conflitos, em 6 de dezembro de 1921, foi assinado um tratado pelo qual a Irlanda ( com exceção do Ulster) tornou-se um Estado independente, porém considerado ainda como domínio da coroa inglesa, integrando a commonwelth.
A independência completa foi obtida a partir da Constituição de 1937, quando a Irlanda passou a denominar-se EIRE, desvinculando-se completamente da monarquia britânica; porém essa situação somente foi reconhecida pela Inglaterra em 1949, que concedeu autonomia ao Ulster, que passou a denominar-se Irlanda do Norte.



Muro de Belfast - Representação anti inglesa



"IRA"

Fundado em 1919, o IRA ( Irish Republican Army) passou a utilizar-se da guerrilha como forma de eliminar o domínio inglês e obter a independência da Irlanda, e posteriormente, pretendendo a unificação da Irlanda do Norte ao restante do país. Nas últimas três décadas as ações do IRA e dos grupos paramilitares â??protestantes" intensificaram suas ações e foram res[ponsáveis por vários atentados na Irlanda do Norte, principalmente na capital, Belfast.

A ascensão do Partido Trabalhista ao poder em 1997, a criação do Euro e a "nova ordem mundial" criaram novas condições de negociação política, tendo de um lado a Inglaterra uma nova preocupação, em fortalecer-se dentro da Europa e a própria elite irlandesa católica, preocupada em aproveitar as novas condições de desenvolvimento. A suspensão dos atentados por ambos os lados foi fundamental para que as negociações pudessem existir, criando condições concretas para a pacificação da região.
Países europeus discutem crise da Irlanda (que não é a do Norte)
Crise - 
Artigo publicado em 16 de Novembro de 2010 - Atualizado em 16 de Novembro de 2010

Martin Mansergh, ministro irlandês das Finanças, participa hoje da reunião do Conselho Europeu em Bruxelas.
Martin Mansergh, ministro irlandês das Finanças, participa hoje da reunião do Conselho Europeu em Bruxelas.
www.consilium.europa.eu
Letícia Fonseca
Os ministros das Finanças da zona euro realizam hoje uma reunião de crise em Bruxelas para discutir a situação financeira da Irlanda, que está enfrentando sérias dificuldades para refinanciar suas dívidas e já ameaça arrastar Portugal, Espanha e outros países europeus na pior crise econômica desde a criação da zona euro.
O Banco Central europeu quer convencer a Irlanda, que está vivendo a pior crise econômica de seus últimos 70 anos, a aceitar ajuda do fundo europeu de resgate e do Fundo Monetário Internacional (FMI), como fez a Grécia no início do ano.
As contas públicas irlandesas registram um rombo colossal de 32% do PIB, o Produto Interno Bruto do país. O aumento do déficit irlandês se deve, principalmente, às operações feitas durante a crise financeira mundial para socorrer o setor bancário do país. Com a crise, a previsão é a de que 200 mil pessoas – cerca de 5% da população – deixem o país para tentar a sorte no exterior.
Apesar das recentes declarações de que a União Europeia estaria pronta para socorrer a Irlanda, Dublin continua resistindo a pedir apoio financeiro à Bruxelas. Às vésperas da reunião dos países da zona do euro, o ministro irlandês para Assuntos Europeus, Dick Roche, voltou a insistir sobre a capacidade da Irlanda em resolver os próprios problemas, sem ajuda externa.
Ainda sob os efeitos da tragédia da dívida grega, Bruxelas tem medo que a deterioração da crise irlandesa possa vir a contaminar as economias mais frágeis do bloco e desestabilizar o euro. O governo irlandês assegura que o país tem liquidez suficiente até meados do ano que vem, e que, no momento, não faz sentido recorrer a um pacote de financiamento para equilibrar as contas públicas da Irlanda.
A resistência de Dublin poderia ser o receio de perder a soberania do país. Ao aceitar o fundo de emergência do bloco, os irlandeses estariam, de uma certa maneira, sob a tutela dos parceiros. Mas a prioridade da Europa é defender o euro, e por isso, há pressão para que a Irlanda receba o socorro financeiro da União Europeia.

A VERDADEIRA GEOGRAFIA

Blog do Prof. Jutahy.

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