26 de out. de 2010

PIRATARIA ONTEM E HOJE

Exposição na Espanha mostra crueldade da pirataria após século 16

Imagem do Ministério da Cultura Espanhol
Uma exposição na cidade de Sevilha, Espanha, está contando a história dos piratas que aterrorizaram os mares após o início das Grandes Navegações, no século 15.
Rompendo com as versões romanceadas popularizadas por filmes como Piratas do Caribe, a história real, que emerge de depoimentos originais registrados no período, é de violência e crueldade.
Os relatos falam, por exemplo, de El Olonés, um francês conhecido em seu tempo como o mais cruel dos piratas caribenhos. Ele abria o peito de sua vítima, arrancava seu coração e o comia diante da tripulação.
São 170 peças, entre documentos e maquetes, que contam a história do ponto de vista da Espanha.
O evento, intitulado Mare clausum, Mare liberum, La piratería en la América española (Mar Fechado, Mar Livre, A pirataria na América espanhola), está sendo realizado pelo Archivo General de Indias e teve sua data de encerramento adiada devido ao grande interesse do público.
Versão Idealizada
"A imagem que chegou aos nossos dias mostra os piratas como aventureiros e até heróis", disse à BBC um dos guias da exposição. "A literatura e o cinema deram a eles uma aura romântica, mas a realidade era muito diferente".
"O título (da exposição) faz alusão às teorias que predominavam na Europa desde o descobrimento da América", explica o guia. "A Espanha apoiava a teoria do mar fechado, que lhe dava acesso exclusivo às novas riquezas, enquanto países como França e Holanda, que também queriam um quinhão do Novo Mundo, defendiam a teoria do mar aberto".
Franceses: Os primeiros
O primeiro caso de pirataria documentado ocorreu em 1522, quando o francês Jean Fleury interceptou a embarcação que levava os presentes do imperador asteca Montezuma ao conquistador espanhol Hernán Cortés.
Entretanto, o próprio Cristóvão Colombo tinha sido atacado antes, perto dos Açores, quando retornava de sua terceira viagem à América.
"Os primeiros a atuar foram os franceses. Os ingleses não apareceram até o final do século 16. Holandeses e dinamarqueses vieram depois do século 17", disseram à BBC as curadoras da exposição, Falia González e Pilar Lázaro.
"Foram três séculos de pressão constante sobre o tráfico marítimo mantido pela Espanha e de repetidos assaltos contra suas embarcações".
As Índias Ocidentais (como era chamado no período o continente Americano), eram um território imenso que a Espanha não podia povoar por completo, e os piratas estavam conscientes da debilidade e vulnerabilidade de seus portos.
A exposição detalha, por exemplo, a situação da cidade de Santa Marta, a mais antiga da Colômbia, destruída 20 vezes em um período de 50 anos.
Assim, aos poucos, as lendas de dragões e monstros que até então inundavam o oceano Atlântico deram lugar a uma fauna de personagens rudes e ambiciosos, tatuados ou amputados por espadas e canhões.
Mas havia vários tipos de piratas.
De corsários a filibusteros
Imagem do Ministério da Cultura Espanhol
A ilha Tortuga era, na verdade, as Ilhas Cayman
Os corsários eram piratas que assaltavam a serviço de um país, destacando-se, nessa categoria, ingleses e holandeses.
Para isso, recebiam uma licença especial, a Patente de Corso, que os autorizava a atuar contra os inimigos da coroa. O mais famoso deles foi Francis Drake.
"Drake era considerado um herói em seu país, chegando até a ser nomeado cavaleiro pela rainha Elizabeth Primeira", explicou o guia da exposição.
"Ele foi a segunda pessoa a dar a volta ao mundo cruzando o perigoso Estreito de Magalhães - depois de (Juan Sebastián) Elcano".
"Só conseguiu essa proeza graças ao piloto português Nuño da Silva, que conhecia a região, e a quem ele havia capturado em um ataque".
No Caribe, havia também piratas conhecidos como bucaneros. Seu nome vinha de bucán, um tipo de carne defumada que eles compravam com o produto de seus saques.
"Finalmente, havia os filibusteros (da palavra inglesa flyboat, veleiro rápido), considerados os mais malvados. Eram a soma de todos. Se dedicavam a fazer pilhagens, no mar ou em terra, e tinham sua base na ilha de Tortuga, a ilha dos piratas, hoje, Ilhas Cayman", acrescenta o guia.
Segundo o guia, os piratas da ilha de Tortuga formaram uma confraria que tinha seu próprio código de honra.
Segundo esse código, matar um membro da irmandade era um delito gravíssimo. Como punição, o assassino era amarrado ao corpo da vítima e a uma rocha antes de ser jogado no mar.
Piratas Espanhóis
Embora a América hispânica fosse a mais atacada pelos piratas, também havia piratas espanhóis que entravam em confrontos com navios ingleses e portugueses, como é o caso de Benito Soto Aboal, o mais sanguinário.
Imagem do Ministério da Cultura Espanhol
Mapa do castelo e do porto de Acapulco
Soto Aboal teria sido o último pirata do Atlântico. Em 1823, deixou um rastro de sangue no mar desde a cidade do Rio de Janeiro, de onde zarpou em um barco português.
Depois de comandar um motim, passou a abordar todos os navios que cruzavam seu caminho, entre eles, um barco americano que voltava do Canadá.
Em todos aplicava a mesma tática: matar toda a tripulação e afundar o barco.
Uma estragégia parecida com a do francês El Olonés (François l'Olonnais), o filibustero mais temido do Caribe.
Tinha fama de aventureiro e cruel, e dizia-se que ele havia acumulado muitas riquezas nas Antilhas.
Além de torturar seus prisioneiros, escolhia um para matar, arrancando o coração da vítima e comendo-o diante da tripulação.
Esse ritual cruzou o oceano e teria chegado às selvas mais profundas da América. Tão famoso se tornou o temido pirata que, segundo contam, uma tribo indígena que habitava uma região onde hoje está a Nicarágua teria reconhecido El Olonés.
"No Archivo General de Indias há um depoimento de um dos marinheiros que o acompanhavam. Segundo o relato, a tribo cortou (o pirata) em pedaços, assou-o e em seguida o comeu".
A exposição Mare clausum,Mare liberum, La piratería en la América española fica aberta até o dia 31 de outubro.

Tropa especial russa invade petroleiro tomado por piratas somalis

Navio de guerra Marechal Shaposhnikov (arquivo)
Forças especiais no Mal. Shaposhnikov libertaram o petroleiro sequestrado
Forças especiais da Rússia invadiram um petroleiro russo que tinha sido sequestrado por piratas da Somália na costa do Iêmen em uma dramática operação de resgate.
Os soldados russos foram para a região no navio de guerra Marechal Shaposhnikov e se aproximaram do petroleiro sequestrado com um helicóptero.
Assim que eles se aproximaram os piratas dispararam, iniciando um tiroteio. Além dos piratas também estavam no petroleiro 23 tripulantes russos.
As forças russas então invadiram o petroleiro libertando a tripulação, que tinha se trancado em uma das salas seguras do navio.
Dez piratas foram presos e um morreu durante o tiroteio. De acordo com um porta-voz do Ministério da Defesa russo, coronel Alexei Kuznetzov, os piratas estão detidos no próprio petroleiro e serão transferidos depois para Moscou, onde serão julgados.
O petroleiro "Universidade de Moscou" foi tomado por piratas na quarta-feira, no Golfo de Áden, no Oceano Índico, uma das rotas marítimas mais movimentadas e perigosas do mundo.
O navio fazia um carregamento para a China, levando uma carga de mais de 80 mil toneladas de petróleo cru, avaliadas em cerca de US$ 50 milhões.
O Marechal Shaposhnikov foi enviado na quarta-feira resgatar o petroleiro sequestrado.
Resgate raro
Russos, europeus e americanos enviaram para o Golfo de Áden destacamentos da Marinha, depois do aumento do número de ataques de piratas contra cargueiros comerciais, de acordo com o correspondente da BBC em Nairóbi, no Quênia, Will Ross.
Mas, mesmo com a presença de forças de tantos países, os piratas somalis estariam mantendo mais de 20 navios estrangeiros com quase 400 tripulantes.
Segundo Will Ross, é rara a realização de uma operação de resgate depois que piratas tomam um navio, pois muitos especialistas avaliam que uma intervenção iria pôr os reféns em risco.
Mas, no caso do petroleiro Universidade de Moscou, a tripulação tinha se trancado em uma sala segura, com porta reforçada.
Esta tática de se trancar em uma sala segura, de acordo com Ross, já evitou duas tentativas de sequestro anteriores, em outros cargueiros.

A VERDADEIRA GEOGRAFIA

Blog do Prof. Jutahy.

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